Qual a importância de combatermos o aquecimento global?
Estações do ano menos evidentes, eventos climáticos extremos, temperaturas invertidas no sul e no norte global e aumento dos níveis do mar, são algumas das consequências que sentimos em nosso cotidiano e não tratamos com a devida importância. Decorrentes do aquecimento global, esses eventos da natureza são apenas alguns dos milhares que atingem nosso planeta, já que o aquecimento global somado ao efeito estufa atingem nosso meio ambiente e os seres vivos que nele habitam, disseminando espécies e prejudicando a vida dos que sobrevivem.
Esses fenômenos são resultados, principalmente, de práticas humanas não sustentáveis recorrentes e também de algumas causas naturais, que elevam a emissão de gases na atmosfera.
Este acúmulo, principalmente o de dióxido de carbono (CO2), gera o efeito estufa, que reflete na elevação da temperatura média dos oceanos e da camada de ar próxima à superfície da Terra, desencadeando inúmeros desequilíbrios na natureza e no planeta como um todo, sendo uma ameaça a nossa sobrevivência.
Por isso, pensar e agir de forma consciente e responsável é importante no combate ao aquecimento global e é o caminho que as pessoas e as empresas de todos os segmentos devem seguir para reduzir atividades poluentes, lixos demasiados, poluição do ar e demais danos causados pelo consumo e atividades cotidianas, antes que seja tarde e o planeta que conhecemos e é nosso lar comece a deixar de existir.
Saiba como preservar o planeta do aquecimento global
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O que é o aquecimento global?
O aquecimento global se caracteriza como a elevação incomum da temperatura média do planeta, contando com os oceanos e a camada de ar próxima à superfície da Terra.
As causas principais dessa temperatura mais elevada decorrem de alguns fatores, dentre eles, o mais evidente nos últimos tempos é o aumento das emissões de gases poluentes na atmosfera, principalmente o dióxido de carbono (Co2), que são responsáveis por outro fenômeno chamado “Efeito estufa”.
O termo “Aquecimento global” surgiu a partir de estudos realizados pela estadunidense Eunice Newton Foote (1819-1888), a primeira cientista a escrever sobre as evidências dos aumentos moderados na concentração CO₂ atmosférico que poderiam provocar um aquecimento global significativo.
A partir de então, a relação entre o CO₂ e o clima se transformou em um princípio-chave da meteorologia moderna, do efeito estufa e da ciência climática.
Nos dias de hoje, segundo um estudo realizado pela NASA em conjunto com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Noaa), concluiu-se que em 2018 a temperatura média da superfície da Terra foi a 4° mais alta em aproximadamente 140 anos.
Através desse estudo, foi possível verificar que em 2018, houve aumento de 0,83°C na temperatura média da Terra em relação ao intervalo dos anos de 1951 e 1980.
Desse forma, entendemos os efeitos do aquecimento global em nosso planeta e que esse é um alerta importante que nos mostra que as evidências de mudanças climáticas são mais do que reais e que são necessárias medidas urgentes para detê-las.
O que é o efeito estufa?
O efeito estufa é uma camada de gases acumulada sobre a superfície da Terra, que refletem no aquecimento global quando existe um alto nível de concentração dessas substâncias na superfície. Entre os gases presentes nessa camada estão, principalmente, gás carbônico (CO²), metano (CH4), N²O (óxido nitroso) e vapor d’água.
O que muitas vezes não se sabe, é que o efeito estufa é um fenômeno natural fundamental para manutenção da vida na Terra, já que uma parte da radiação solar que chega ao planeta, é refletida e volta para o espaço. A outra parte é absorvida pelos oceanos e pela superfície terrestre e uma parte importante é retida por essa camada de gases.
Sem a presença da camada que forma o efeito estufa, o planeta poderia se tornar um lugar muito frio, insólito, o que inviabilizaria a sobrevivência de diversas espécies, inclusive a humana.
Contudo, apesar de ser bom para o planeta, com a chegada da revolução industrial, as atividades humanas iniciaram um processo de agravamento do efeito estufa e acabaram por elevar de forma muito significativa, negativa e desproporcional a emissão da quantidade de gases formadores do efeito estufa (GEEs).
Como consequência da aceleração da produção e do consumo por aqui, a camada tem ficado cada vez mais espessa e está retendo cada vez mais calor na Terra. Diante disso, há o aumento da temperatura da atmosfera e dos oceanos, gerando o aquecimento global.
De acordo com dados publicados no livro “Como Evitar um Desastre Climático”, escrito por Bill Gates, a emissão total de gás de efeito estufa atualmente, consiste na emissão anual de 51 bilhões de toneladas de gases na atmosfera. Segundo o autor, é preciso baixar esse número para zero e assim impediremos o aumento de temperatura. A meta audaciosa é reduzir para zero em 30 anos, ou seja, até 2050.
No livro é realizada a distribuição da emissão de gases na atmosfera através de agrupamentos. Veja os agrupamentos por ordem de importância:
- Indústria de manufatura (especialmente aço e cimento): 31%
- Geração de eletricidade (gás natural, carvão e hidrelétricas): 27%
- Agricultura: 18%
- Transporte de mercadorias e passageiros: 16%
- Aparatos domésticos: 6%
Qual o impacto desses agrupamentos no efeito estufa?
1. Agricultura
No Brasil, se tratando da agricultura, o problema está nos processos de produção, já que os mesmos incluem extensas áreas de monocultura. Resultando em emissões de gás carbônico, que são decorrentes também do uso da terra para conversão de regiões de florestas em terras agrícolas e pastos para o gado.
Com isso, a queima ou o apodrecimento das florestas libera o carbono que estava armazenado nos troncos, folhas, raízes e solo, emitindo cerca de 8,5 bilhões e 16,5 bilhões de toneladas de gás carbônico-equivalente.
2.Aparatos domésticos
Quando falamos em aparatos domésticos, estamos nos referindo a aparelhos como refrigerador e ar-condicionado que além de usufruírem uma boa quantidade de energia, contêm produtos químicos que absorvem prontamente o calor do ambiente à medida que passam do estado líquido para o gasoso.
Quando fazem a transição de volta ao estado líquido, esses equipamentos de refrigeração usados em espaços públicos e privados liberam o calor para o exterior antes de iniciarem um novo processo de resfriamento.
Assim, os gases liberados e as substâncias químicas envolvidas nos processos fazem a indústria de refrigeração extremamente poluente e responsável por cerca de 10% das emissões globais de CO₂ que impacta o efeito estufa.
3.Transporte e geração de energia
O transporte e a geração de energia estão interligados, pois a principal fonte de energia atualmente é o carvão. Ambos estão relacionados já que a energia para movimentar os veículos vem em sua maioria, da queima de gasolina e óleo diesel, os gases emitidos por esses componentes atingem diretamente o efeito estufa.
4.Indústria de manufatura
Em indústrias utiliza-se grandes quantidades do o gás natural e outros derivados de petróleo, como o óleo combustível. Dessa forma, toda a queima de combustíveis fósseis emite uma quantidade considerável de gases do efeito estufa para a atmosfera.
Dentre os segmentos industriais, o que mais se destaca é o de construção civil, que é responsável por emitir grandes quantidades de gases causadores do efeito estufa.
Segundo alguns estudiosos, nas cidades da Europa, as emissões de CO2 da indústria da construção correspondem aproximadamente a 30% do total das emissões.
Além da indústria de construção civil, um outro segmento é a indústria alimentícia, que geram consequências degradantes ao meio ambiente em razão do sistema de monocultura e latifúndio do agronegócio.
Quais ações humanas favorecem o aquecimento global?
Sabemos que são as ações humanas, principalmente, que contribuem para o agravamento do aquecimento global e os efeitos que esse fenômeno causa em nosso planeta. Muitas vezes atitudes simples, como optar andar de carro ao invés de ir a pé ou utilizar uma bicicleta já são o suficiente para colaborar de forma negativa.
Dessa forma, separamos algumas das atividades que mais influenciam para o índice de aumento do aquecimento global em todo o mundo:
1.Descarte de resíduos sólidos
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abraelpe), cada brasileiro gera, em média, 387 quilos de resíduos por ano, no entanto, apenas 58% desse lixo é destinado corretamente. Os resíduos sólidos que vão para os lixões e aterros sanitários, e não são reciclados, emitem gases de efeito estufa, principalmente metano
Dessa maneira, o descarte de lixo é um fator bastante preocupante, porém também um dos mais possíveis de serem transformados em curto prazo, pois com simples ações em nosso dia a dia podemos realizar um descarte consciente.
Coletas seletivas em nossas casas e a destinação correta de resíduos em empresas são algumas das ações capazes de reduzir os danos causados ao meio ambiente.
2.Desmatamento recorrente
O desmatamento, a retirada de árvores e florestas são ações humanas que geram um impacto negativo considerável no aquecimento global, já que os biomas destruídos têm a capacidade de captar gases de efeito estufa e reduzir o efeito adverso sobre a temperatura. Com isso, o desmatamento pode levar a temperatura a subir até 0,8°C nas próximas décadas, de acordo com cientistas.
3.Queimadas frequentes
As queimadas correspondem à liberação de milhões de toneladas extras de CO2 nos últimos anos e, além do CO2, o fogo deixa fuligem e carvão que, pela tonalidade escura, absorvem muita luz solar e calor, contribuindo para o aumento da temperatura.
De acordo com o relatório “Queimadas, Florestas e o Futuro: Uma Crise Fora de Controle?” produzido pela ONG WWF e o BCG (Boston Consulting Group), a ocorrência de queimadas entre abril e agosto de 2020 subiu 13% em relação a 2019, chegando a um novo recorde mundial. Dessa forma, as cinco ações listadas acima emitem grande quantidade de CO² e de outros gases formadores do efeito estufa.
Infelizmente, devido as mudanças do uso do solo e do desmatamento, o Brasil é um dos líderes mundiais na emissão de gases de efeito estufa. Quando um local é desmatado, há um desequilíbrio ambiental, já que se destroem áreas de florestas e de ecossistemas naturais, capazes de absorver e estocar CO².
Quais os principais reflexos no planeta terra causados pelo aquecimento global?
Alguns dos principais reflexos acometidos pelo aquecimento global, são as elevações de temperaturas, temporais, desabamentos de superfícies, tsunamis, enchentes e derretimento de geleiras.
Um exemplo simples que ocorreu recentemente e pode ilustrar bem, é o caso da pequena cidade Lytton, do Canadá, um país de clima temperado – que pegou fogo, literalmente, em junho de 2021, após registrar temperaturas que chegaram a 49,6ºC. A temperatura foi uma das mais altas do mundo no dia do incidente.
De acordo com cientistas, o calor registrado na cidade do Canadá, durante três dias seguidos, pode ser considerado um extremo climático associado ao aquecimento global.
Abaixo a frase de Paulo Artaxo, pesquisador da USP e integrante do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU.
“(…) essa é a primeira vez que o Canadá apresenta essas temperaturas nos últimos 150 anos. A probabilidade de uma temperatura dessa ser registrada em Vancouver se não houvesse mudanças climáticas seria praticamente zero. Temperaturas extremas são previstas como uma das consequências do aquecimento global. Todos os modelos climáticos do IPCC mostram um aumento da frequência e da intensidade de eventos climáticos extremos, como esse.”
Nosso planeta sofre com o aquecimento global de várias formas, se manifesta e reage de maneira violenta, resultando em graves danos aos seres humanos, às espécies animais e aos ecossistemas naturais.
Quais atitudes devemos ter no dia a dia para evitar esse fenômeno?
Com atitudes recorrentes em nosso cotidiano, mudanças de hábitos e principalmente cobranças das diretrizes oferecidas pela política, conseguimos reverter em alguns anos os impactos e evitar o aquecimento global.
Destacamos 5 práticas simples que podem mudar o cenário do nosso planeta:
1. Optar por produtos de madeira certificada e sem origem de desmatamento.
A destruição das matas nativas, principalmente na Amazônia, está entre as maiores fontes de emissão de gases de efeito estufa em nosso país. Há informações que a maior parte de toda madeira extraída ilegalmente é vendida dentro do próprio mercado brasileiro.
Além disso, perante a lei o desmatamento é ilegal, e sobretudo na Amazônia além do efeito estufa, é responsável por trazer sérios prejuízos ao meio ambiente e à sociedade pela perda da biodiversidade.
Pensando nessas duas questões, para mudar o cenário que prejudica o meio ambiente, podemos colaborar no combate ao desmatamento optando por comprar produtos feitos por comunidades que residem na floresta Amazônica. Além disso, é importante também ao comprarmos produtos de fornecedores regionais, optarmos pelos que são produzidos com madeira certificada, principalmente os que têm o selo FSC (Como muitos dos papéis sanitários comercializados pela Hygibras), ou o de madeira de reflorestamento.
2. Utilizar álcool como combustível e andar menos de automóvel
A lista de ações que contribuem para o aquecimento global e efeito estufa é grande, e nela podemos encontrar a queima dos combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, que contribuem negativamente para o ambiente.
Por exemplo, um carro médio utilizando gasolina como combustível e rodando trinta quilômetros por dia emite em um ano, resulta em uma quantidade considerável de gases de efeito estufa. Há estudos que comprovam que seriam necessário 17 árvores crescendo durante 37 anos para os efeitos emitidos por combustíveis serem absorvidos.
Dessa maneira, uma forma de auxiliar o meio ambiente e se locomover sem incentivar os prejuízos causados por gases causadores do efeito estufa, é reduzir o uso do automóvel e tentar utilizar o transporte público ou bicicleta.
3. Diminuir o consumo de carne e leite de origem bovina.
No processo natural, os bois e as vacas emitem metano ao realizar a digestão, liberado esse gás através da decomposição do lixo orgânico. O mesmo é 21 vezes mais poderoso que o gás carbônico em termos de efeito estufa, refletindo em sua carne para consumo.
Outro ponto é a criação de gado na região da Amazônia, que se caracteriza como um dos principais causadores de devastação florestais. E como sabemos, o desmatamento é a maior fonte de emissão de gases de efeito estufa no Brasil, responsável por 75% das emissões totais.
Sendo assim, algumas alternativas positivas para evitar o aquecimento global, são repensar a alimentação substituindo a carne e os derivados de leite de origem bovina por outras fontes de proteína, como grãos e outros tipos de carne e conhecer a origem dos produtos que está adquirindo, apostando em consumo de produtos em que as empresas são comprometidas com o meio ambiente e não trabalham com fornecedores que desmatam as florestas de forma ilegal.
4. Combater o desperdício de comida
Os restos de comida representam um grande desperdício de resíduos, já que contribuem para a maior parte do lixo produzido no país. Quando são depositados nos lixões ou aterros, os lixos orgânicos emitem o gás metano na decomposição.
Então, para evitar o desperdício de alimentos em sua casa que contribuem com o aumento de lixo e consequentemente com o aquecimento global, algumas ações simples, como planejar as compras e reaproveitar as sobras, contribuem com ambiente e bem estar de todos.
5. Separar lixo para reciclagem
Por fim, é necessário destacar a importância de destinar o descarte correto dos resíduos de produtos que usamos. Entender que materiais como papel, vidro, plástico e alumínio, podem ser reciclados e utilizados em novos produtos, é uma das atitudes mais importantes para evitar o aquecimento global e a emissão de gases de efeito estufa.
Uma pesquisa aponta que se os brasileiros reciclassem todo o material reciclável que descartam, seria gerada uma riqueza de pelo menos R$ 8 bilhões anuais. Trata-se de uma atitude simples, acessível e transformadora no combate ao aquecimento global, ainda mais quando incentivada e respaldada por ações políticas, sociais e econômicas concretas.
Dessa maneira, além de cobrar governantes e pressionar empresas a adotarem políticas sócio ambientais responsáveis, cada cidadão pode e deve contribuir no combate às mudanças climáticas ao rever hábitos de consumo e de vida.
Leia também nosso conteúdo exclusivo sobre o descarte de lixo correto.
Quais energias renováveis contribuem para evitar o aquecimento global?
O uso de energias renováveis tem crescido rapidamente nos últimos anos, o setor elétrico vem sendo o principal foco de fontes como a solar e eólica, assim como energias sustentáveis para o transporte, que apesar de inovador enfrenta desafios nessa transição.
Com isso, fontes de energia alternativas como hidrogênio verde e tecnologias de armazenamento estão sendo desenvolvidas em todo o mundo com o intuito de gerar sustentabilidade e reduzir os impactos negativos causados pelo aquecimento global. Conheça algumas das principais:
Hidrogênio Verde
Na transição para a energias limpas, uma das maiores apostas está no chamado hidrogênio verde. Ele é portátil e pode ser produzido em grande escala, permitindo a descarbonização de sistemas de energia, mesmo em caso de vazamentos, ele se dissipa rapidamente na atmosfera. Não é tóxico e não polui o meio ambiente, sendo assim fundamental na luta contra o aquecimento global.
Essa fonte promissora pode ser usada em vários setores da indústria, como metalúrgico, químico e da construção civil. Também pode ser convertido em amônia, matéria prima essencial para as áreas da siderurgia, fertilizantes e refino de petróleo, ainda substitui o carvão na produção de aço e o gás natural no aquecimento industrial.
Além disso, armazena grandes quantidades de energia renovável quando o sol não está brilhando ou o vento não está soprando, servindo como uma fonte de energia limpa e segura para o setor elétrico.
Em alguns países, inclusive o Brasil, o hidrogênio verde já vem sendo usado em carros, ônibus e caminhões. No futuro, deverá chegar a navios e aviões. Ele e seus derivados são a única solução viável para lidar com setores de mobilidade em que a redução dos gases de efeito estufa é difícil de acontecer, como os transportes rodoviário, marítimo e aéreo.
Todo esse potencial levou mais de 20 países a investirem em quase 1000 projetos para a produção de hidrogênio sustentável. Contudo, um dos principais obstáculos é o custo e embora seja o elemento mais abundante no universo, aqui na Terra, ele só existe em combinação com outros elementos.
Além de ser uma fonte limpa, o hidrogênio verde gera três vezes mais energia do que a gasolina, com isso vários outros países estão discutindo sobre a implantação do hidrogênio verde em diversos fóruns, principalmente na conferência de clima. E o grande gargalo é o setor de transportes, que tem uma solução muito mais complexa do que a gente está falando de transporte de carga, transporte público.
Nesse sentido, o Brasil está a frente pois tem muito potencial de energia limpa e com isso produziríamos um hidrogênio limpo, que poderia atender à matriz global de transportes. Muitos países que têm dificuldades maiores em fazer essa transição, destinando seus olhos a uma parceria com o Brasil.
Bio Combustível de Algas
Não é só com o hidrogênio que podemos contar para diminuir as emissões dos gases do efeito estufa. Outras fontes estão sendo testadas na transição para um sistema de energia sustentável, como o Bio combustível de algas.
Em 2020, os cientistas dinamarqueses usaram combustível feito de algas para mover um carro parecido com óleo vegetal. Esse biocombustível libera um quinto das emissões de carbono dos combustíveis fósseis e pode ser produzido em lagoas costeiras, o único fator negativo são os custos produção muito altos.
Células solares orgânicas
Como outra alternativa, pesquisadores ingleses tornaram mais fácil e barata a produção de células solares orgânicas. Além dos custos de produção reduzidos, uma outra vantagem é que elas podem ser recarregadas em movimento, com isso o uso de guarda-chuvas e carregadores solares poderá virar realidade nos próximos anos.
Reciclagem de pirólise
A multinacional Aneel e um fabricante de produtos químicos e peças para aeronaves criaram em conjunto uma nova técnica para transformar resíduos plásticos em óleo de qualidade por meio da reciclagem de pirólise, reação de decomposição térmica que ocorre pela exposição a altas temperaturas.
O objetivo é transformar 30.000 toneladas métricas de plástico por ano em matéria prima para refinarias. A usina para produção será instalada no sul da Espanha e a produção deve começar em 2023. Segundo a empresa, o reaproveitamento de polímeros encontrados no lixo mundial pode aumentar dos atuais 2% para mais de 90%, chegando a mais de 15 milhões de toneladas recicladas por ano até 2030.
Ondas do Mar
Na corrida para reter energias renováveis, o Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Noruega lideram projetos que transformam as ondas do mar e das marés em energia.
Já no Brasil, um projeto da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com Furnas e a empresa Sea Horse, estuda a geração de energia elétrica a partir do movimento das ondas do mar na capital fluminense, tendo como desafio os altos custos que envolvem o projeto.
Reduzir Emissões na Produção de Materiais
Uma forma importante de diminuir o impacto da crise climática é reduzir as emissões de dióxido de carbono. Grandes quantidades desse gás são produzidas na fabricação de vários materiais.
Um exemplo de como eliminar o CO2 na indústria de aço vem de uma cidade sueca no sul do Círculo Polar Ártico. Uma multinacional encontrou dois jeitos de impedir a produção desse gás de efeito estufa:
1. Utilizando turbinas eólicas para produzir calor.
2. Substituindo carvão pelo hidrogênio, já que o subproduto desse processo é a água.
Em outra frente, cientistas israelenses inventaram um dispositivo que suga a tinta do papel para que cada folha possa ser usada até dez vezes, o objetivo é reduzir a demanda por papel de escritório. Esse processo é possível graças pois o papel tem um revestimento especial que impede que a tinta penetre na página e um poderoso laser vaporiza a tinta.
Já uma empresa ferroviária começou a construir no Reino Unido a primeira grande ponte com uma estrutura de duplo composto, uma espécie de sanduíche de cimento e aço. A técnica foi inspirada nas estruturas das mais recentes linhas dos trens de alta velocidade franceses. Segundo ela, a inovação reduz os custos de materiais e diminui pela metade as emissões de CO2 de uma construção.
Outro setor nessa corrida limpa é a indústria de plástico. Na Holanda, uma empresa bioquímica criou um uma base de trigo e milho para rivalizar com o pet usado na produção de garrafas de bebidas. Segundo a empresa, produz um terço a menos de emissões do que o PET.
Segundo especialistas, invenções como essas não estão sendo desenvolvidas com rapidez suficiente para atingir a meta global de redução de 50% de gases de efeito estufa até 2030. O maior obstáculo para todas essas indústrias é a falta de eletricidade limpa de fontes renováveis para abastecer suas fábricas.
Além dessas ações, uma outra vantagem é que a sociedade, está tomando consciência da importância do aquecimento global e desde o final dos anos 80, de uma maneira crescente, acordos internacionais, compromissos internacionais, planos, programas, ações nacionais e internacionais têm evitado, diminuído gradativamente esse risco.
Bateria de Areia
Engenheiros finlandeses instalaram a primeira bateria de areia do mundo, com ela é possível armazenar energia verde por meses a fio. O dispositivo usa 100 toneladas de areia de construção empilhadas no alto de uma usina, ele é carregado com o calor gerado por energia solar ou eólica.
A areia é muito eficaz para armazenar calor, guarda em torno de 500 graus Celsius por vários meses, o que permite aquecer residências no inverno, quando a energia é mais cara. Quando os preços estão altos, a bateria descarrega o ar quente e aquece a água, que é bombeada para casas e escritórios.
E por falar em baterias, uma startup australiana inventou uma de hidrogênio que armazena energia solar no telhado de residências. Ela foi batizada de sistema de hidrogênio lavado, em homenagem ao químico francês do século XVIII, Antoine Lavoisier. Foi ele quem deu o nome hidrogênio ao famoso elemento químico do tamanho de um armário a bateria conectada a uma torneira e as placas solares instaladas em telhados.
Ela aproveita a sobra de eletricidade gerada durante o dia e usa essa energia para decompor a água em oxigênio hidrogênio, que é armazenado em cilindros. À noite, ela passa o hidrogênio por uma célula combustível, essa peça extrai os elétrons dele, gerando eletricidade.
A empresa também está desenvolvendo uma versão maior para um parque solar ou eólico e logo pode estar disponível para painéis solares que geram energia mesmo em dias chuvosos.
Painel Solar
Criada em 1954, o painel solar evoluiu muito com o passar dos anos. Engenheiros de uma empresa americana se inspiraram no movimento dos girassóis para aumentar a eficiência energética dele.
Com sede em Boston, a Smart Flower Solar desenvolveu uma espécie de girassol fotovoltaico que produz 40% mais energia elétrica do que os painéis solares convencionais. Batizado de Flor Inteligente, o equipamento rastreia o movimento do sol, garantindo uma captação de luz maior durante todo o dia, logo após ele se dobra e faz uma autolimpeza para manter a eficiência energética e cada pétala tem 12 painéis capazes de captar a energia solar em um ângulo de até 90 graus.
Um sistema de rastreamento ajusta o ângulo de entrada de luz para garantir uma boa absorção, independente da posição do sol e das condições climáticas. Com cinco metros de altura, ele gera energia que corresponde à demanda de energia de uma residência com até quatro moradores.
Como custa caro em torno de R$ 156.000, a flor inteligente é indicada para parques zoológicos e redes públicas de abastecimento e para tornar o painel solar mais eficiente, um estudante de engenharia elétrica filipino inventou uma tecnologia a partir de resíduos vegetais que gera energia mesmo sem a incidência direta de luz.
Chamado de aureus, o painel solar capta os raios ultravioleta que atravessam as densas coberturas de nuvens, mesmo em dias nublados e chuvosos, algo que os convencionais não fazem. Ele é feito de resíduos de frutas e vegetais fornecidos por agricultores de locais afetados por mudanças climáticas, transformando colheitas estragadas em energia solar.
Os painéis solares podem ser aplicados em janelas ou fachadas, como um revestimento fluorescente. A ideia é transformar qualquer edifício em um gerador solar, capturando os raios que refletem nas calçadas e nos prédios ao redor. É um sonho antigo criar energia barata e praticamente ilimitada e com tudo isso, o sonho está um pouco menos distante.
Fusão Nuclear
Cientistas europeus anunciaram um avanço no desenvolvimento da tecnologia de fusão nuclear. Com sede no Reino Unido, o laboratório Joint European Torus (JET), em Oxfordshire, quebrou o seu próprio recorde mundial de energia.
Foram gerados 11 mega watts de potência, mais que o dobro do que foi alcançado em testes parecidos em 1997. Hoje, a energia nuclear é produzida através do processo de fissão, nela ocorre a quebra do núcleo de átomos instáveis em partes menores.
No caso da experiência do JET, é realizada a fusão e a liberação de energia acontece com a união dos núcleos de dois átomos submetidos a uma elevada temperatura.
Os gases utilizados são aquecidos a 150 milhões de graus Celsius, cerca de dez vezes mais do que a temperatura no centro do Sol. De acordo com os cientistas, esse processo produz menos lixo, gera menos emissões e pode usar materiais encontrados mais facilmente na natureza, como o deutério e o trítio.
Embora o feito seja uma ótima notícia, ainda há muita incerteza sobre quando a energia de fusão estará pronta para uso comercial. As estimativas iniciais apontam para, no mínimo 20 anos.
Nesse cenário de transição energética, por um lado é importante frisar que o Brasil está numa posição muito confortável, já que a meta do restante do mundo é ter 85% da matriz elétrica renovável até 2050 e o Brasil já tem quase isso hoje.
Um outro fator é que o Brasil é um país privilegiado em relação a fontes renováveis. A tendência é que se torne um dos maiores mercados desse tipo de energia em todo o mundo.
Para chegar lá, o ideal é que os próximos governos subsidiem o seu uso, incentivem a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias por empresas e universidades, com o intuito de explorar ainda mais a rica fonte que existe no país.
O que é a matriz energética? E por que a matriz energética brasileira é uma das mais renováveis do mundo?
A matriz energética é o conjunto de fontes usadas para suprir a demanda de um país nos setores comercial, industrial e residencial. Atualmente, a matriz energética brasileira é considerada uma das mais renováveis do mundo, já que segundo o último balanço energético nacional, as principais fontes sustentáveis usadas no Brasil são:
- Biomassa da cana, responsável por mais de 16% do abastecimento.
- A hidráulica por 11%.
- Lenha e carvão vegetal, menos de 9%.
- Solar, eólica e o biodiesel, também não chegam a 9%.
- Petróleo e derivados, responsáveis por quase 35%.
- O gás natural, pouco mais de 13%.
- Carvão mineral menos de 6% e urânio pouco mais de 1%.
COP27
O objetivo principal da COP27, assim como das outras Conferências das Partes (COP) organizadas pela ONU, é reunir países e atores envolvidos para discutir e negociar medidas para combater as mudanças climáticas. As conferências visam:
- Avaliar o progresso na implementação do Acordo de Paris e de outros compromissos climáticos internacionais.
- Estabelecer novas metas e estratégias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
- Promover a cooperação internacional no enfrentamento das mudanças climáticas e na adaptação a seus efeitos.
- Mobilizar recursos financeiros, tecnológicos e de capacitação para auxiliar países em desenvolvimento na transição para economias de baixo carbono e na adaptação aos impactos das mudanças climáticas.
- Aumentar a conscientização global e incentivar ações concretas em todos os níveis da sociedade para enfrentar os desafios climáticos.
A COP27, como todas as edições anteriores, buscou avançar em torno desses objetivos, negociando acordos, estabelecendo metas e promovendo o engajamento entre governos, setor privado, organizações não governamentais e a sociedade civil.
A COP27 ocorreu no Egito. As conferências da ONU sobre mudanças climáticas são realizadas anualmente em diferentes países, e em 2022, o Egito foi o anfitrião desse importante evento internacional.
O evento aconteceu em novembro de 2022. A conferência foi finalizada no domingo, 20 de novembro de 2022, após duas semanas de negociações entre quase 200 países sobre como enfrentar o desafio do aquecimento global.
A COP27, cúpula do clima da ONU, encerrou com um acordo histórico sobre “perdas e danos”, mas mostrou pouco progresso em outros temas-chave, como a eliminação de combustíveis fósseis e detalhes do mercado de carbono. Lula, presidente do Brasil, fez um discurso destacando a prioridade da agenda climática e propôs sediar a COP30 na Amazônia. O acordo final reiterou a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C, mas faltou progresso para acelerar a redução das emissões. As negociações sobre o mercado de carbono avançaram, mas muitas decisões foram adiadas para o próximo ano ou mais tarde.
Como a Hygibras contribui para a consciência ambiental e social na limpeza do nosso dia a dia?
A Hygibras se preocupa e se posiciona como empresa responsável e consciente para evitar o aquecimento global. Por isso, em nossas soluções de limpeza e higienização oferecemos produtos certificados e capazes de gerar menos impactos ao meio ambiente e às pessoas.
Além disso, desenvolvemos ações personalizadas de limpeza profissional para cada cliente com a finalidade de reduzir os gastos e o consumo de embalagens e substâncias químicas nas organizações.
Outro aspecto são os acessórios para sabonetes e papéis e embalagens em spray que favorecem o uso dos produtos e evitam o desperdício. Cada atitude conta no momento de pensar com consciência social e coletiva.
Esclarecer dúvidas, orientar e oferecer sempre o melhor em técnicas e produtos de limpeza profissional é a nossa missão na Hygibras. Conte sempre com a gente para fazer escolhas que atendam às necessidades de sua empresa.
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Leia também nosso artigo sobre: Dispensador papel toalha e sabonete: Como escolher?
Referências:
WWF
WRI Brasil
Veja
Terra
Rede Brasil Atual
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G1
FIA
Revista Galileu
DW
Jornal da USP
Clima e Agricultura
EPE
BBC
XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO